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Casos de dengue aumentam no Brasil; Prevenção é arma mais eficaz contra mosquito

A dengue matou pelo menos 1.016 pessoas no Brasil em 2022, mais que o dobro do registrado até o mês de junho, e o quádruplo na comparação ao ano anterior. É como se a doença fizesse pelo menos três vítimas diariamente no país, segundo dados do último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde. O total é o maior na série histórica dos últimos 10 anos: o recorde anterior era de 2015, quando a infecção provocou 985 mortes.

São Paulo lidera o ranking, com 282 mortos — equivalente a 27,7% do total. Em seguida, Goiás contabiliza 162 vítimas (15,9%). Paraná soma 109 vítimas e Santa Catarina e Rio Grande do Sul, 88 e 66. O montante, porém, pode ser ainda maior que as estatísticas oficiais, já que outros 109 óbitos permanecem em investigação em todo o país.

Foram registrados 1.450.270 casos de dengue no ano passado, o que leva a uma taxa de incidência de 679,9 casos para cada 100 mil habitantes. Um salto de 162,5% em relação ao mesmo período de 2021.

A epidemia de dengue representa um desafio para a nova gestão à frente do Ministério da Saúde, que precisa agir para evitar que o cenário se repita em 2023. Isso porque o verão e período de chuvas do início do ano representam o ambiente ideal para a reprodução do mosquito Aedes aegypti, que também transmite zika e chikungunya, em locais onde há água parada. E conforme noticiado em nossa coluna na semana passada, as chuvas ainda devem persistir por meses por conta do fenômeno La Ninã.

Trata-se de uma doença cíclica, que costuma atingir picos periodicamente a cada três ou cinco anos, mas não de modo uniforme: é comum que estados e regiões vivenciem um acirramento da dengue em momentos diferentes do ano.

Especialistas explicam que o aumento de casos remonta ao relaxamento das restrições impostas contra a Covid-19. O distanciamento social reduziu a circulação do vírus e, consequentemente, a transmissão.

Lembre-se das medidas de prevenção contra o Aedes aegypti

Do ovo à fase adulta, o ciclo de desenvolvimento do Aedes aegypti leva de sete a dez dias. Por isso, a intervenção semanal pode interromper esse processo e diminuir significativamente a incidência das doenças.

“Cada fêmea pode colocar até 1.500 ovos, por isso é importante olhar a casa com ‘olhos de mosquito’, procurando todo e qualquer local que acumule água e possa ser usado para reprodução do vetor”, afirma Denise Valle, pesquisadora do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz).

Qualquer recipiente que permita o acúmulo de água parada pode se tornar um foco em potencial para a reprodução do Aedes aegypti. Pneus, vasos de planta, caixa d’água, bandeja da geladeira, calhas, galões, baldes, garrafas e entulho estão entre os principais criadouros do mosquito.

“Quanto maior a quantidade de mosquitos, maiores são as chances de transmissão desses vírus. Todos os anos reforçamos a mensagem de que a fêmea do Aedes espalha seus ovos por diversos locais”, lembra Denise.

E alerta: “Não podemos nos tranquilizar e encerrar a verificação se no primeiro ambiente que já forem encontrados ovos ou larvas. Na verdade, devemos ficar ainda mais alertas e procurar mais atentamente em locais próximos, pois certamente haverá outros criadouros”, afirma Denise.

Para facilitar a rotina de verificação semanal dos principais focos do mosquito, pesquisadores da Fiocruz desenvolveram uma cartilha chamada “10 minutos contra o Aedes”. O material disponível online destaca os pontos que precisam de atenção nas residências que podem ser marcados após cada vistoria.

Em Guarujá a doença está estabilizada pela ação dos agentes, segundo PMG

O último boletim enviado pela Prefeitura Municipal de Guarujá, em outubro de 2022, aponta que a Cidade reduziu os casos de dengue e chikungunya em 98% em relação ao ano anterior.

As autoridades municipais ressaltaram a importância dos agentes nos territórios, orientando a população sobre dengue, chikungunya, leptospirose, leishmaniose e outras doenças.

“As minhas raízes são de médico da família e intensivista no Hospital Santo Amaro. É triste ver um paciente ir a óbito, sobretudo por dengue hemorrágica ou leptospirose. O trabalho dos agentes, na ponta, reflete em indicadores e não parou na pandemia porque optamos por ser cuidadores de gente e salvar vidas”, enfatizou o prefeito de Guarujá, Válter Suman.

(Coluna Entre Sons e Tons – Jornal A Estância de Guarujá)

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