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Rita Lee foi velada no planetário e não na Alesp. Qual o motivo?

Em autobiografia, cantora descreve visitas semanais ao Parque Ibirapuera. Velório será nesta quarta-feira (10) e terá abertura ao público das 10h às 17h.

O corpo de Rita Lee, uma das maiores cantoras e compositoras da história da música brasileira, foi velada na quarta-feira (10), no Planetário do Parque Ibirapuera, na Zona Sul da capital paulista. A cerimônia foi aberta ao público das 10h às 17h.

Planetário do Parque Ibirapuera, onde corpo da cantora Rita Lee será velado na quarta (10) — Foto: Reprodução/TV Globo

Paulistana da Vila Mariana, cantora relatou em sua biografia a relação afetiva que tinha com o Parque Ibirapuera, que era chamado por ela de “Floresta encantada”. Rita Lee cresceu e passou boa parte da vida no bairro.

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A proximidade de Rita Lee com o planetário, no Parque Ibirapuera, na Zona Sul de São Paulo, fez com que o local fosse escolhido para sua despedida e não no Hall Monumental da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), onde usualmente acontecem velórios de artistas.

No livro “Rita Lee — uma autobiografia“, publicado em 2016, o capítulo “Mutatis Mutandis” conta que a rainha do Rock ia toda semana ao planetário. Era seu “must semanal”, visita que era sucedida por uma banana-split numa lanchonete vizinha.

Segundo o sutor, Guilherme Samora, Rita cuidou de tudo nesta publicação. Escreveu, escolheu as fotos e criou as legendas e até decidiu a ordem das imagens , fez a capa, pensou na contracapa, nas orelhas. “Entregou o livro assim: prontinho”.

Na obra, a cantora também imaginou, ao fim, como seriam os minutos após sua morte. E, ao longo das nove linhas que escreveu sobre este momento, ela aproveitou para advertir os políticos: “Nenhum político se atreverá a comparecer ao meu velório, uma vez que nunca compareci ao palanque de nenhum deles e me levantaria do caixão para vaiá-los”.

A área em que atualmente fica o Parque Ibirapuera foi descrita pela cantora como sendo a “Floresta Encantada”, o lugar ideal para montar um pequeno acampamento e realizar piqueniques aos domingos.

Segundo Rita, as visitas ao local eram realizadas em um grupo — seis mulheres. Cada uma escolhia uma árvore ou planta para cuidar, retirando folhas secas e ervas daninha. Elas também plantavam pés de frutas, verduras e legumes nas redondezas do parque.

Ao relembrar a inauguração do parque, em comemoração aos 400 anos da capital paulista, Rita menciona que “o sonho acabou” — suas pequenas hortas foram destruídas, e a floresta deu lugar ao asfalto, cimento e “construções de gosto duvidoso”.

O pai da cantora teria desaprovado a intervenção no espaço e se recusado a comparecer à festa de inauguração. Ainda assim, o Ibirapuera seguiu como um local marcante na vida de Rita, sendo mencionado diversas vezes aos longo dos capítulos do livro.

Rainha do Rock faleceu nesta segunda-fera (8)

Rita Lee morreu na noite desta segunda-feira (8), aos 75 anos. Ela foi diagnosticada com câncer de pulmão em 2021 e vinha fazendo tratamentos contra a doença.

Rita Lee recebe beijo de Roberto de Carvalho ao se apresentar durante show na Praça da Paz, no Parque do Ibirapuera, em abril de 2001 — Foto: Hélvio Romero/Acervo Estadão Conteúdo

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