Verão 2023 pode manter temperaturas baixas
Praia, mar, sol e um belo bronzeado. Esse é o desejo de todos que se encontram nas cidades litorâneas nas férias escolares ou nos finais de semana de folga do Verão. A chuva sempre fez parte dessa época do ano, com as pancadas no fim do dia, que até refrescam do calorão.
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Mas, o verão 2023 está diferente. Quem guardou as roupas de frio para a chegada do Sol teve que resgatá-las para poder passar pelo início de ano mais frio dos últimos tempos.
Para saber mais sobre essa ocorrência fui conversar com o capitão Herman Junior, idealizador do projeto iNavigate, um site especializado no mundo marítimo e presidente do Comitê de Segurança da Navegação da Baixada Santista.
Segundo Herman, estamos vivendo um Verão com uma forte influência do fenômeno El Ninã. “El Niña é o nome dado ao fenômeno climático-oceânico caracterizado pelo resfriamento anormal das águas do oceano Pacífico. Esse resfriamento do oceano provoca uma humidade excessiva naquela região”, explica o capitão.
Mas, como esse fenômeno afeta o Brasil? O capitão explica que em decorrência do El Ninã acontece uma situação chamada Zona de Convergência, que afeta desde a Amazônia até a região Sudeste. “Essa humidade excessiva cria um corredor de humidade que vem desde a Amazônia e chega no Sudeste, espalhando essa humidade para todos os lados, tanto para o Norte quanto para o Sul”, pontua.
Ainda segundo Herman, as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste sofrem mais com esses efeitos, como o sul da Bahia e Espírito Santo. “O La Ninã provoca chuva, que acaba vindo até o Sudeste, trazendo para a gente esse clima frio e chuvoso. Esse corredor de humidade pode ficar estacionado por um período que pode durar até nove meses”, esclarece.
Questionado sobre uma previsão sobre mudança desse clima frio e chuvoso, o capitão informa que não há. “É possível que haja alguns dias de sol, bem quentes, no final do mês de janeiro, mas nada que seja duradouro. A chuva vai ser constante o verão inteiro, provavelmente até o mês de março”, relata.
Sobre a temperatura anormal para o Verão, o capitão explica que essa humidade resfriada segue causando queda na temperatura, com uma média de 22° e 23° graus em nossa região da Baixada Santista. “Acredito que não vai subir mais do que a temperatura que passamos durante as festas de Natal e Réveillon. Até tenho comentado aqui em casa que a gente não usou o ar-condicionado para dormir até o final do ano, o que nessa época é atípico por conta da alta temperatura. E deve se tornar uma constante”, afirma.
Fenômeno alerta para possíveis ciclones, com ventos e fortes chuvas
Herman alerta que esses eventos com acúmulo de humidade muito grande podem ter movimentos da atmosfera com ciclones, que podem trazer ventos que podem formar nuvens carregadas, provocando chuvas fortes e intensas. “Esses fenômenos podem causar tragédias, como inundações”, alerta o capitão.
Segundo ele, embora alagamentos e inundações que já puderam ser percebidos em Guarujá nesta semana, quando muitos munícipes registraram em suas redes sociais ruas e bairros inteiros alagados, a região da Baixada Santista “ainda não está fora dos padrões”.
“O que está incomodando mais por aqui é o tempo fechado e a temperatura mais baixa. Nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste o alerta é maior”, finaliza.
A Comissão Municipal de Defesa Civil de Guarujá se reuniu, recentemente, para definir o Plano de Contingência e de prevenção contra eventuais ocorrências durante o verão.
A tragédia de março de 2020, quando ocorreram fortes chuvas e 34 pessoas morreram após deslizamentos nos morros da Cidade, deixaram uma herança de conhecimentos que serão utilizados pela Defesa Civil para ampliar as atuais ações de prevenção.
No último dia 2, a Defesa Civil de Guarujá divulgou nota orientando munícipes para se manterem atentos aos deslizamentos que “ocorrem principalmente no período da noite”. A nota também alerta para que as pessoas evitem trafegar durante as chuvas fortes e para qualquer problema acionem a entidade através dos números: 199 / (13) 33554976.