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Vozes que transformam a educação e a cultura

A nossa coluna Entre Sons e Tons se debruça sobre um tema de grande importância: a valorização das vozes que, através da literatura, da pedagogia e do ativismo, constroem um futuro mais justo e representativo. Vamos conhecer de perto o trabalho de três mulheres incríveis que estão fazendo a diferença em suas áreas e além delas.

Encontro de ideias na OAB Guarujá

A importância do trabalho de Maria Aline Soares, Bruna Cristina e Raime Paixão será evidenciada em um evento imperdível no próximo dia 04 de julho, às 15h, no Auditório da Sede da OAB Guarujá. Elas se reunirão para a palestra presencial “Tereza de Benguela, História e Literatura Negra Brasileira”.

Este evento, uma iniciativa da Comissão da Mulher Advogada e da Comissão de Igualdade Racial da OAB Guarujá, é um convite aberto a toda a advocacia, estudantes e comunidade interessada. Será um momento de revisitar a história de coragem e luta de Tereza de Benguela, uma das maiores lideranças da resistência negra no Brasil colonial, e de compreender sua relevância na formação da identidade negra brasileira através da literatura e da memória histórica. As inscrições podem ser feitas via plataforma Sympla.

Ao celebrar o mês de julho como um período de reconhecimento da resistência e contribuição das mulheres negras na construção do País, a OAB Guarujá reforça a necessidade de valorizar a diversidade, a justiça social e a luta antirracista. Que esses encontros e essas vozes continuem a inspirar e a transformar, ecoando em nossa sociedade os sons e tons da equidade e do respeito. Vamos conhecer um pouco mais sobre as palestrantes.

Literatura que abraça e ensina

Começamos com Maria Aline Soares, uma escritora de literatura infantil negra que transforma a realidade das comunidades em histórias que encantam e educam.

A escritora é um exemplo de como a escrita pode ser uma ferramenta poderosa para resgatar a diáspora africana e promover uma educação baseada em valores. Sua empresa, a “Abayomimos Lembranças Ancestrais”, não só publica livros, mas também oferece palestras e oficinas que levam a cultura africana e indígena para dentro das escolas e lares.

Mãe solo, empreendedora e pesquisadora, Maria Aline é uma força motriz na valorização da negritude e na promoção da diversidade. Suas obras, como “A História do Nome Abayomi” e “A Amiga Estadunidense da Abayomi”, convidam crianças e adultos a mergulhar em narrativas que celebram a identidade e o pertencimento. É um trabalho que, sem dúvida, ecoa por gerações, construindo pontes e derrubando preconceitos.

Educação antirracista: um caminho necessário

Ao lado de Maria Aline está Bruna Cristina, uma pedagoga, escritora e consultora antirracista que dedica sua vida a projetos artísticos e educacionais para crianças e adolescentes.

Com uma vasta experiência e pós-graduação em História Afro-Brasileira, Bruna transita por diversos campos da pedagogia, levando seu conhecimento e paixão para escolas, ONGs e centros culturais.

Seu compromisso com a diversidade e a inclusão é palpável em seus escritos e em sua atuação como formadora de profissionais da educação. Ela nos lembra que ser antirracista vai muito além de não ser racista; é uma ação diária de reconhecimento e combate às desigualdades estruturais.

A pedagoga nos convida a ouvir as vozes negras, valorizar suas histórias e lutar por igualdade de oportunidades. Seu trabalho inspira uma nova geração de educadores a abraçar a causa antirracista com empatia e compromisso.

Vozes que resistem e constroem

Fechamos essa roda de inspiração com Raime Paixão, uma historiadora, pesquisadora, pedagoga e educadora antirracista que se define como “uma mulher preta em movimento”. Coordenadora nacional da Escola Preta e idealizadora do Coletivo Dolores, Raime é uma voz ativa na promoção do antirracismo e na valorização das narrativas negras.

Seu portfólio de trabalhos é vasto e impactante, incluindo a organização de antologias como “Jardim de Retalhos” e “Mãe Preta, Filha Preta”, que dão voz a experiências femininas e negras, rompendo o silenciamento e fortalecendo o empoderamento.

A pesquisadora enfatiza que o silêncio diante da injustiça é uma forma de cumplicidade e que o antirracismo exige ação, empatia e um compromisso constante. Nos convida a reconhecer que o racismo está enraizado nas estruturas sociais, econômicas e culturais, e a agir conscientemente para combatê-lo todos os dias.

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